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Segurança no segmento Satelital

A NGA publicou em 29 de abril, o Technology Focus Areas 2020, um guia do setor sobre como a agência aborda a tecnologia em geral. A publicação mostra áreas emergentes de importância para a NGA e a comunidade GeoINT para permitir maior colaboração entre a agência, a indústria, a academia e outros parceiros governamentais e comunitários. Análise e modelagem, gestão de dados, engenharia de software moderna, inteligência artificial e o futuro do trabalho (a ampliação das parcerias homem-máquina e uma força de trabalho mais produtiva e colaborativa) são as principais prioridades tecnológicas para a NGA.

Dentro desse contexto, quanto a importância do segmento satelital, vale ressaltar que o software agora define a maioria das capacidades de missão crítica em satélites, e está sob a possibilidade constante de ataque. As crescentes ameaças à segurança cibernética das plataformas espaciais, levaram ao desenvolvimento de uma nova arquitetura de satélite definida por software que suportará operadores militares e serviços críticos, como o GNSS.

Quanto a isso, a Lockheed Martin integrou a arquitetura SmartSat em várias cargas de nano-satélite da empresa, permitindo que os satélites mudem suas missões em órbita conforme necessário, permitindo maior flexibilidade militar. Satélites integrados à tecnologia podem reiniciar rapidamente e fazer backup uns dos outros conforme necessário, melhorando a capacidade de recuperação e também podem detectar e defender melhor contra ameaças cibernéticas de forma autônoma.

O SmartSat foi projetado usando uma abordagem de “confiança zero” ou “ameaça em primeiro lugar”. Para projetar e construir tais sistemas definidos por software, é importante entender as ameaças contra eles. A nova solução garantirá que os satélites sejam reforçados com segurança cibernética, incluindo detecção de intrusões baseadas em software e hardware, criptografia segura, criptografia e gerenciamento de identidade, etc.

Não só essa visão, mas a evolução tecnológica atual como um todo, confirmam a importância de se investir na pesquisa e busca de novas ferramentas, voltadas para a proteção e segurança no emprego das Geotecnologias, sob pena de ter sua eficiência colocada em cheque.

Fonte: NGA Tech Focus Areas; Dr. Javier Valencia Martínez de Antoñana;

Integração, adaptação e tradução: Evenuel Viana Veloza;

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FALSIFICAÇÃO DE SINAIS GPS

Um ataque cibernético (Spoofing ) a GPS ocorreu recentemente no Irã. Em março deste ano, usuários de GPS no Irã relataram o que parecia ser uma “falsificação circular” do GPS. Alguns GPS receberam sinais falsos e mostraram uma localização falsa, movendo-se de forma circular em Teerã a uma velocidade de 35 km/h. Este ataque estava acontecendo perto da Universidade de Comando e Pessoal da AJA do Irã, anteriormente chamada de Universidade de Guerra.

A imitação do sinal de GPS é muitas vezes mais fácil de detectar em áreas marítimas, como já observado na China, algum tempo atrás. As transmissões de AIS incluem dados de localização e são detectadas por satélite. Mas também, algo semelhante foi visto em aeroportos na Rússia. Ferramentas de controle de pista, para corredores e ciclistas, também detectaram tais anomalias.

Assim, o mapa de acompanhamento do app Strava no Teerã mostrou que a geração dos sinais circulares também pode estar ocorrendo em um local em etrra, abrigado pelo Ministério da Defesa, pela Autoridade Reguladora de Comunicação, pela Empresa de Infraestrutura de Telecomunicações e pelo Ministério de Telecomunicações e Tecnologia deste país.

O Irã foi o primeiro a anunciar que tinha essa capacidade. Em 2011, um drone da CIA que atravessava a fronteira no Afeganistão pousou em um aeroporto iraniano. E esse tipo de ação tem se tornado cada vez mais comum.

No caso da China, pesquisas mostraram, em 2019, que milhares de embarcações em Xangai foram vítimas de uma nova arma capaz de falsificar sistemas de GPS. Não se sabe quem está por trás dessa falsificação, ou qual seu objetivo. Esses navios podem ser teste de um sistema de guerra eletrônica ou danos colaterais em um conflito entre criminosos ambientais e o governo chinês. 

Rio Huangpu – Wikipédia, a enciclopédia livre

Quando marinheiros perdem um sinal de GPS, eles podem recorrer a gráficos de papel, radar e navegação visual, mas se o sinal for falsificado, os tripulantes receberão informações falsas acerca de sua posição e a de outros navios. Um pesquisador do Centro de Estudos Avançados de Defesa (C4ADS), uma organização sem fins lucrativos que analisa conflitos globais, recebeu uma dica que sugeria uma falsificação dos sinais em Xangai. Isso só havia sido registrado anteriormente com evidências de uma equipe de guerra eletrônica móvel da Rússia, que interrompia sinais de GPS durante aparições públicas do presidente Vladimir Putin.

O C4ADS analisou os dados e notou que os ataques começaram no verão de 2018, aumentando com o passar dos meses. A interferência mais intensa ocorreu em julho, quando quase 300 navios tiveram sua localização falsificada e, em sua grande maioria, navegava no rio Huangpu. Os dados mais abrangentes de Xangai mostravam os navios se reunindo em grandes círculos, algo nunca visto antes pelos pesquisadores.

Eles então analisaram outro meio de locomoção: a bicicleta. Somente em Xangai, existem dez milhões delas. Muitos dos ciclistas da cidade usam aplicativos fitness para rastrear suas atividades. Um em particular, o Strava, compartilha um mapa global dos dois anos anteriores. Aproximando-se da cidade, os analistas podiam ver os mesmos circulos à beira do rio, mostrando que os ataques afetavam todos os sistemas de GPS.

A Força Aérea dos EUA mantém pelo menos 24 satélites de GPS orbitando a Terra. Cada satélite transmite códigos gerados a partir de sua posição e da hora atual, medidos por um relógio atômico super-preciso. Cada relógio é sincronizado com o dos outros 30 satélites. Quanto mais satélites, maior a precisão dos receptores de GPS.

Enquanto os satélites transmitem vários sinais diferentes destinados ao uso militar e civil, o AIS conta com apenas um deles. Esses sinais são fracos e podem ser facilmente abafados. Eles também podem ser falsificados por sinais que imitam satélites GPS reais, mas codificam dados falsos de tempo e posição.

Na clonagem, todo receptor recebe os mesmos sinais e, portanto, acredita estar no mesmo local. Contudo, em Xangai, cada embarcação foi para um local diferente, algo novo para os especialistas. Até a polícia fluvial da cidade sofreu os ataques: um de seus barcos foi falsificado pelo menos 394 vezes em nove meses.

O que os especialistas agora questionam é se os hacks anteriores estão conectados aos novos círculos GPS de Xangai. Outra possibilidade, porém, é que o próprio governo chinês esteja testando uma nova arma eletrônica, talvez para uso em regiões disputadas do Mar da China Meridional.

Estes ataques utilizam equipamento específico para este fim.Conhecidos pelo nome de falsificadores de gps, eles são máquinas que simulam satélites GPS, emitindo sinais falsos exatamente com as mesmas características que os originais, mas com muito mais energia. Esses sinais são captados por um receptor e ele, neste momento, recebe um posicionamento irreal. Eles são usados em torno de instalações críticas ou centros onde se pretende mascarar o seu posicionamento.

Atualmente, acredita-se que seja possível comprá-los online por algumas centenas de dólares, com baixa potência ou tê-los em formato de veículos ou equipamentos militares, como algumas potências já se vangloriam, para alvos em maior escala.

Fonte: MIT Technology Review e Olhar Digital

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Projeto BLACKJACK

 O Pentágono está construindo uma frota de pequenos satélites espiões. Batizada de Blackjack, a constelação de satélites irá fornecer às forças militares dos EUA um sistema de comunicação de alta velocidade, grande cobertura e conexão persistente. A Darpa, agência de pesquisa e projetos avançados do departamento de defesa dos EUA, está se preparando para demonstrar as características dessa rede orbital similar à Starlink,

O conceito e objetivos básicos são os mesmos: uma constelação de satélites em órbita baixa (LEO, Low Earth Orbit), criando uma rede autônoma de alta velocidade, altamente conectada e com cobertura persistente e resistente.

O primeiro satélite experimental será o Mandrake 1, um “cubesat” (satélite de pequeno porte em forma de cubo) com “chips de supercomputador”. A missão Mandrake 2 usará dois cubesats para demonstrar a transferência de dados entre satélites usando links ópticos. E um experimento chamado Wildcard irá demonstrar a comunicação entre os satélites e rádios em solo. As missões serão comandadas por um sistema autônomo de gerenciamento de missão, batizado de “Pit Boss”.

Com o Projeto Blackjack, o Pentágono quer pequenas redes de malha via satélite. Os satélites do Projeto Blackjack substituiriam um satélite por uma rede de vários, o que criaria um sistema mais resistente em tempos de guerra. Os primeiros satélites de teste serão lançados em 2021.

O Projeto Blackjack está desenvolvendo enxames de pequenos satélites que poderiam substituir os grandes e caros satélites que suportam atividades militares dos EUA em todo o mundo. O sistema autônomo de gestão de missões que mantém a constelação funcionando e os dados fluindo entre eles e as tropas, tudo sem interação humana, também serão desenvolvidos.

Uma das novas tecnologias espaciais mais inovadoras dos últimos anos é a ideia de redes de malha, com satélites pequenos e econômicos. As redes são projetadas para cobrir toda uma região, ou planeta, com satélites que se comunicam não só com estações terrestres, mas também entre si. Satélites dentro da rede saltam dados uns dos outros em vez de uma estação terrestre, tornando a distância total de viagem menor. O sistema também é capaz de se autoajustar para manter a cobertura se um satélite cair.

Fonte: C4ISRNet e https://olhardigital.com.br/ciencia-e-espaco/noticia/agencia-dos-eua-quer-criar-versao-militar-da-starlink/100631

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