Em todo o Mundo, vem crescendo a importância do emprego de Drones nas mais diversas áreas, de filmagens jornalísticas a comerciais, do combate aos ilícitos ambientais ao acompanhamento da agricultura. Entretanto, o nascimento e os maiores avanços desta tecnologia, ocorreram por motivos bélicos, fazendo com que diversos países do mundo utilizem atualmente, este tipo de equipamento para alcançar objetivos variados. O Brasil, em especial a partir de 2011, também faz parte do universo dos países que possuem esta expertise.
A Força Aérea Brasileira e o Esquadrão Hórus
1) HERMES 450:

Desde 2011, Hórus é a unidade da Força Aérea Brasileira (FAB), o 1°/12° GAV, sediado na Base Aérea de Santa Maria, equipado com as Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP), como também são chamados os Veículos Aéreos Não-Tripulados (VANT) ou ”DRONES” Aéreos no Brasil.
O Esquadrão Hórus conta hoje com modelos Hermes 450, com capacidade de voar a mais de cinco mil metros de altitude e levar uma carga útil de 150 kg. O equipamento pode cumprir missões de busca, controle aéreo avançado e reconhecimento, com a vantagem de voar por longos períodos com revezamento de tripulações.
A tripulação do Hermes 450 é composta por um aviador e um operador de sistemas que opera a aeronave remotamente em terra e, dessa forma, não fica exposta a um eventual ataque inimigo. Além da tripulação, há uma equipe de manutenção e de apoio às telecomunicações, que permite a retransmissão das informações enviadas pela aeronave para centros de controle em qualquer região do País. Devido a seu tamanho compacto, o Hermes 450 pode ser transportado a bordo de aviões de carga, o que permite a sua atuação em todo o território nacional.
A ARP Hermes 450 possui a capacidade de capturar vídeos em tempo real. A novidade em relação a outras aeronaves é que os dados são gerados e transmitidos na mesma hora. Antes as equipes planejavam, decolavam, voavam e depois processavam os dados. Hoje devem possuir a capacidade de gerenciar simultaneamente a coleta, análise e difusão da informação.
As aeronaves remotamente pilotadas podem trabalhar de forma conjunta com os outros aviões de reconhecimento, como R-99, R-35 e RA-1. A grande vantagem da ARP é a capacidade de permanecer no acompanhamento dos alvos por mais tempo. Com duas aeronaves, é possível se manter por 24 horas o acompanhamento sobre a área de interesse.
Com sistemas eletro-óticos capazes de localizar e acompanhar alvos tanto de dia quanto de noite, o Hermes 450 pode ser utilizado também em tempos de paz, para realizar buscas e apoiar missões de Garanti a da Lei e da Ordem.
FICHA TÉCNICA |
Peso de decolagem |
450 quilos |
Comprimento |
6 metros |
Envergadura |
10 metros |
Carga Útil |
150 quilos |
Autonomia |
Até 16h |
Teto Operacional |
18.000 pés |
Velocidade máxima |
170 km/h |
2)HERMES 900:

A Força Aérea Brasileira (FAB) utiliza também a aeronave remotamente pilotada (ARP) Hermes 900, da israelense Elbit Systems.
Este aparelho também é operado pelo Esquadrão Hórus (1º/12º GAV). A aquisição de um VANT da mesma “família” facilitou o processo de adaptação ao novo equipamento. Tanto que a equipe opera o novo aparelho para pousos e decolagens a partir da mesma estação (shelter) usada anteriormente com o Hermes 450.
Novos recursos – Além dos recursos já conhecidos do RQ-450 Hermes, entre as principais vantagens operacionais do Hermes 900 está o SkyEye. Trata-se de um conjunto de 10 câmeras de alta resolução que permitem a vigilância de uma região inteira. O software, que processa o conjunto de imagens, permite a visualização de maneira independente, o que permite monitorar dentro uma mesma área diferentes alvos simultaneamente. Cerca de 10 pessoas são necessárias para operar esta ferramenta.
O VANT classificado como categoria 4, opera com comunicação via satélite. O link permite que o aparelho voe muito além dos 250 km de distância do Hermes 450. Além disso, o VANT opera a 30 mil pés (mais de 9 mil metros de altura) e tem autonomia superior a 30 horas de voo, aproximadamente duas vezes mais que o RQ-450. Um de seus principais objetivos é o monitoramento eletrônico das fronteiras.

Nas Américas, o Hermes 900 é operado pelo México, Colômbia e Chile.
A Marinha do Brasil testa dois modelos de ARP para aquisição
1)CAMCOPTER S-100:

O S-100 é uma aeronave não-tripulada de decolagem e pouso vertical, que pode ser programado para voar uma missão autônoma através de um console com interface gráfica, ou pode ser pilotado manualmente. Em ambos os modos, o S-100 é automaticamente estabilizado através de sistemas redundantes de navegação inercial (INS) e por GPS).
O CAMCOPTER S-100 é capaz de levar cargas úteis pesando até 50 kg (100 lbs). Ele tem uma fuselagem mono-coque de fibra de carbono, o que lhe dá uma relação peso/potência muito boa. Em uma configuração padrão, o S-100 é capaz de transportar uma carga útil de 25 kg (55 lbs) para um vôo de até 6 horas.
Para operações marítimas, o S-100 pode operar a partir de pequenas embarcações, oferecendo substancial reforço de vigilância de baixo custo. A sua pequena dimensão, pequena seção reta radar, e níveis mínimos de emissão, combinam-se para fornecer uma eficaz capacidade “além do horizonte”.

Ele pode realizar as seguintes missões: esclarecimento marítimo de dia e de noite, reconhecimento de áreas ou alvos particulares (com capacidade de identificação mantendo o navio mãe fora de perigo), avaliação de danos, busca e salvamento, apoio às atividades de guarda costeira, com a localização e transmissão de imagens detalhadas de derrames de petróleo, pesca ilegal ou outros incidentes ambientais.
Planeja-se o desenvolvimento de dispositivos para empregar o S-100 em missões de jamming e lançamento de chaff, e também em missões armadas. Para essas, a Thales do Reino Unido está desenvolvendo um novo míssil leve multifunção (LMM) baseado no míssil Starstrek, para ser empregado no S-100. O UAV pode levar dois mísseis (ver foto abaixo), pesando 13kg. O LMM é guiado a laser e já foram feitos testes de disparo a partir do S-100.

Schiebel S-100 Camcopter (registered OE-VXX) fitted with a Lightweight Multirole Missile on display at Farnborough Airshow 2008
2) ScanEagle:

O ScanEagle é um VANT (veículo aéreo não tripulado), produzido pela Insitu, uma subsidiária da Boeing dos Estados Unidos, para fornecer inteligência, vigilância e reconhecimento de forma continua dia e noite.
Este VANT é lançado através de uma catapulta pneumática Compact Mark 4 e recolhido pelo sistema SkyHook, que é a solução para recuperação sem redes, onde o ScanEagle é recuperado através de um dispositivo na ponta de suas asas.

Normalmente o ScanEagle voa com uma câmera eletro-óptica ou com uma câmera infra-vermelha em uma torre giroestabilizada. Existe a versão com uma câmera Dual, não havendo necessidade de reconfiguração.
Seu motor extremamente silencioso, é capaz de operar com os combustíveis JP-5 ou C-10, possuindo uma autonomia de até 24 horas de voo ininterruptos com alcance de 100 kms a partir do centro de controle. Segundo o fabricante, se as condições de tempo forem ideais, o alcance pode dobrar. O preço estimado de cada Sistema ScanEagle é de USD 6 milhões.
Características
– Autonomia máxima: 24 horas
– Combustível: JP-5 ou C-10
– Capacidade do tanque: 7 litros
– Teto operacional: até 19 mil pés
– Velocidade máxima: 80 nós
– Velocidade de cruzeiro: 60 nós
– Navegação: GPS autônomo
– Envergadura: 3,11 m
– Comprimento: 1,71 m
– Peso vazio: 14 kg com câmera eletro-óptica ( 18 kg com câmera infra-vermelha)
– Peso máximo de decolagem: 22 kg

Após tomada a decisão final sobre qual dos dois modelos adquirir, a Marinha pretende comprar três sistemas, com duas ARP cada, até 2023.
Referência: http://www.naval.com.br e defesaaereanaval.com.br (Camcopter s-100 e Scan Eagle);
http://www.fab.mil.br (Hermes 900);
http://www.brasilemdefesa.com e http://www.aereo.jor.br (Hermes 450).